Miguel José Viana e Manoel Pereira da Cruz, vítimas do Mistério das Máscaras de Chumbo.
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Introdução: O Enigma que Assombra o Brasil
Prepare-se para mergulhar em um dos casos mais bizarros e inexplicáveis da história brasileira: o Mistério das Máscaras de Chumbo. Uma história que desafia a lógica, permeada por elementos de ficção científica, ocultismo e uma dose assustadora de realidade. Em 1966, dois homens foram encontrados mortos em circunstâncias que até hoje intrigam investigadores, ufólogos e entusiastas do inexplicável. O que realmente aconteceu no Morro do Vintém, em Niterói? Acompanhe-nos nesta jornada para desvendar os fatos e as teorias que cercam este enigma.
A Reconstituição dos Últimos Dias
A história começa em 17 de agosto de 1966, quando Miguel José Viana, de 34 anos, e Manoel Pereira da Cruz, de 32, ambos técnicos em eletrônica de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, disseram às suas esposas que viajariam para São Paulo para comprar materiais de trabalho. Com uma quantia considerável de dinheiro para a época (cerca de US$ 96), eles embarcaram em um ônibus com destino a Niterói.
Chegando em Niterói por volta das 14h30, os dois homens fizeram compras peculiares: uma capa impermeável em uma loja de ferramentas e uma garrafa d'água em uma loja de conveniência. Uma funcionária da loja de conveniência relatou que Miguel José Viana parecia nervoso, como se tivesse um compromisso inadiável. Dali, o destino dos dois técnicos permaneceu um mistério por quatro dias, até a descoberta macabra que chocaria o país.
A Descoberta Macabra no Morro do Vintém
Em 20 de agosto de 1966, o jovem Jorge da Costa Alves, de 18 anos, empinava pipa no Morro do Vintém, em Niterói, quando se deparou com uma cena perturbadora. Dois corpos, já em avançado estado de decomposição, jaziam no chão. Eram Miguel José Viana e Manoel Pereira da Cruz. O que tornava a cena ainda mais bizarra era a vestimenta dos homens: ternos, capas impermeáveis e, sobre seus rostos, máscaras de chumbo em formato de óculos. Não havia sinais de violência nos corpos ou na área circundante, o que aprofundava o mistério.
Próximo aos cadáveres, a polícia encontrou uma garrafa de água vazia, um pacote com duas toalhas e, no bolso de um dos homens, um bloco de anotações com símbolos e números (códigos de referência para válvulas eletrônicas), passagens de ônibus e um bilhete enigmático, escrito por Miguel José Viana:
16:30 Hs. está local determinado.
18:30 Hs. ingerir cápsula após efeito,
proteger metais aguardar sinal máscara.
Após dois meses de investigação, o laudo do Instituto Médico Legal foi inconclusivo, apontando "causa indeterminada" para as mortes. O avançado estado de decomposição impediu a realização de um exame toxicológico, deixando em aberto a possibilidade de envenenamento ou overdose. A polícia, sem respostas concretas, arquivou o caso três anos depois, transformando-o em uma lenda urbana que ecoa até hoje.
Teorias e Especulações: Do Paranormal à Ciência
Encontro com Seres Extraterrestres?
Uma das teorias mais fascinantes e perturbadoras que surgiram para explicar o Mistério das Máscaras de Chumbo envolve a ufologia. Segundo relatos da época, uma senhora chamada Gracinda Barbosa Coutinho de Souza e seus filhos afirmaram ter visto um "grande disco voador" sobrevoando o Morro do Vintém por volta das 19h do dia 17 de agosto de 1966, exatamente no horário estimado das mortes. O objeto foi descrito como "bem grande, arredondado, tons de laranja e com um círculo vermelho brilhante em toda sua volta".
A teoria sugere que Miguel e Manoel, talvez em busca de contato com inteligências extraterrestres, teriam utilizado as máscaras de chumbo para se protegerem de intensos raios luminosos que poderiam emanar de um OVNI. A morte, nesse cenário, poderia ter sido causada por uma overdose de drogas, ingeridas como parte de um ritual para facilitar a experiência, ou por alguma reação adversa ao encontro.
Essa hipótese ganhou força com a descoberta de que os dois técnicos faziam parte de um grupo "científico-espiritualista" e possuíam publicações sobre esoterismo e espíritos em suas casas. Seria o bilhete misterioso uma instrução para um ritual de contato, e as máscaras, uma proteção contra o desconhecido?
Experiência Parapsicológica Mal-Sucedida?
Outra teoria, levantada pelo delegado Idovan Ferreira na época, sugeria que as mortes foram resultado de uma "experiência parapsicológica mal-sucedida". Essa linha de investigação foi reforçada pelo depoimento de Élcio Correia Gomes, amigo dos técnicos, que afirmou que Miguel e Manoel se retiravam para "lugares ermos onde, depois de um ritual, ingeriam as drogas, acreditando que com isso os seres sobrenaturais habitavam suas mentes doentias".
Essa teoria, embora menos espetacular que a do OVNI, ainda assim é assustadora. Ela sugere que os homens buscavam uma expansão da consciência ou contato com o sobrenatural através de meios perigosos, e que algo deu terrivelmente errado. As máscaras de chumbo, nesse contexto, poderiam ter sido usadas para isolamento sensorial ou como parte de um ritual de proteção.
Outras Possibilidades e o Legado do Mistério
Apesar das teorias mais populares, outras possibilidades foram levantadas ao longo dos anos, incluindo assassinato, suicídio ou até mesmo um acidente envolvendo produtos químicos. No entanto, a falta de evidências concretas e a natureza peculiar do caso impediram qualquer conclusão definitiva. O Mistério das Máscaras de Chumbo permanece como um dos maiores enigmas do Brasil, um lembrete assustador de que nem todos os mistérios podem ser resolvidos.
O caso continua a fascinar e a inspirar obras de ficção, documentários e debates acalorados. A cada nova geração, a história dos dois técnicos encontrados mortos com máscaras de chumbo no Morro do Vintém ressurge, alimentando a imaginação e o medo do desconhecido. O que você acredita que realmente aconteceu?
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